Desabafos...



Quem não precisa de desabafar de vez em quando? Mesmo que seja apenas por um minuto, escrever no teclado é um mecanismo de defesa que nos liberta...
Desabafar, comentar, às vezes "cuscar"...sim, vamos a isso!



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

5, 4, 3, 2, 1.........Blast off!!!

Ena Ena!!!!


Mais um dia fabulástico na vida de uma prof.
Ya, tá-se!!


Tanta coisa para dizer, tanta coisa para escrever, mas quando chega a hora, o cansaço já é tanto que só me apetece curtir a música, vasculhar a net e depois ir até ao vale dos lençóis.
Sim, porque isto de sair da escola às 9 e tal da noite depois de um dia de aulas, acreditem, mas acreditem a sério, não é nada fácil!
O que vale é que posso dizer com bastante orgulho que amo o que faço, dar aulas!
Não me canso de repetir que estou na profissão certa porque realmente faço aquilo que mais gosto.
O pior é o resto.
E esse "resto" é que estraga tudo.
E perguntam vocês: «Mas que "resto" é esse???»
Pois, meus caros, por isso andamos às voltas na papelada, na burocracia para descobrir o que o Ministério da Educação quer de nós, afinal!
É que estamos a ensinar a geração que daqui a poucos anos "governará" o país; estamos a tentar educar, ensinar valores a essa geração.
E por mais que tentemos, infelizmente existem pessoas que ainda não conseguiram (nem querem) ver que apenas queremos o melhor para os miúdos.
Eu falo por mim, claro!
Revoltam-me certas e determinadas leis que favorecem os alunos, mas que de certa forma estão a prejudicar o seu desenvolvimento.
Não quero com isto dizer que "antigamente é que era bom"!
Nada disso!
O ensino precisava de alterações, mas que beneficiassem os alunos. Esse benefício seria no âmbito da implementação de atitudes e valores, acompanhar a evolução dos tempos, mas acima de tudo consciencializar para o saber ser e estar em sociedade.
Não é com estas medidas que os jovens vão crescer intelectualmente, principalmente aqueles que não têm os devidos ensinamentos da boa educação nas suas casas.
Mas isto é chover no molhado, já estou de certa forma farta de bater sempre na mesma tecla.
Um dos temas que me revolta sempre que é mencionado, faz com que me cale antes que alguém "iluminado" venha com as suas teorias.
E o tema é: aulas de substituição!
Ya!
Felizmente, ainda me lembro (e de que maneira!!!!!) que já fui aluna, já estudei, já frequentei uma escola (mais do que uma, aliás!).
Lembro-me que os professores estavam 'acima' de nós e que eram os adultos responsáveis por nós (fora de casa, claro).
Eram esses mesmos professores que nos orientavam para a vida futura, nos ensinavam, e acima de tudo ainda havia respeito por aquele adulto que ali estava à nossa frente.
(ora bem, confesso que havia também bastante indisciplina, mas mesmo no meio da indisciplina havia o tal respeito que hoje parece ter desaparecido)
Claro que existiam as brincadeiras, as conversas, os risinhos, as "bocas" na sala de aula, mas eram controláveis. (que saudades!)
Quando algum prof. faltava, oh minha nossa, mas que alegria! Fazíamos questão de apregoar aos berros
"FERIADOOOOOOOOOO"
para as outras turmas ouvirem e se roerem de inveja porque íamos para fora do edifício para a borga.
Acreditem, todos esses "feriados" contribuíram para o nosso crescimento a todos os níveis.

Lembram-se deles, caros colegas?
Lembram-se deles, caros papás?

Eu lembro-me bem deles, muito bem!
Descarregávamos as nossas energias, gritávamos, corríamos, jogávamos, passeávamos pela escola, explorávamos todos os cantos periféricos do recinto, libertávamo-nos de todos os minutos "enclausurados" numa sala de aula.
Valeu a pena!
Mas o que é bom nem sempre dura.
Agora as nossas crianças não podem sentir o que é uma hora livre, não podem usufruir de uma boa lufada de ar fresco porque um professor faltou, não podem.
E o que acontece?
Ficam um dia inteiro na sala de aula, a lamentarem o facto de não poderem apanhar ar fresquinho (que só lhes faz bem, pois as ideias precisam de ser arejadas de quando em vez).
Eles também se revoltam porque em vez do professor da disciplina, têm ali alguém a substituir e nem sempre (quase nunca) é a disciplina que iriam ter.
Como é que podem descarregar a frenética energia (inesgotável) que transportam? - Não podem!
Como é que conseguem aprender e partilhar as vivências tradicionais da idade? - Népia!
Para onde vão canalizar o aborrecimento de ter que permanecer mais um tempo na sala? - Na sala de aula, claro!
Como eu vos entendo, acreditem, como eu vos entendo!
E mais não digo, senão estaria aqui infinitas horas a sofrer convosco (alunos).
Olhem, vamos aproveitar esta vida, viver ao máximo, e lembrem-se:
Carpe Diem.
Esta vida são dois dias e já vamos no terceiro.
Fiquem bem!
Mas não se esqueçam de que o respeito pelos outros terá que prevalecer em toda a vossa caminhada.
E assim vai valer a pena fazer essa caminhada!!

1 comentário:

CatarinaSantos disse...

Andamos a criar máquinas, as criancinhas deixaram de ser seres humanos.
Concordo contigo, os "feriados" eram pequenas doses de resposabilidade, que ajudaram a desenvolver outras "áreas" para além do intelectuo. Abençoadas horas livres!

Obrigada pela visita :)