Desabafos...



Quem não precisa de desabafar de vez em quando? Mesmo que seja apenas por um minuto, escrever no teclado é um mecanismo de defesa que nos liberta...
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segunda-feira, 10 de março de 2008

Marcha da Indignação - I

8h30m da manhã – Partida de autocarro rumo à maior manifestação da capital.
Desloquei-me de uma capital para outra capital. (LOL)
Sei que já muito se escreveu na blogosfera acerca desta manifestação, mas também quero contribuir com as minhas palavras.
Quanto mais não seja para relatar o ambiente vivido durante todo o percurso.
Bora lá então!
Saíram da nossa escola 3 autocarros repletos de professores indignados com tanto erro cometido e inventado pela ministra e Cª Ldª.
A agitação já não permitia que moi, je, me, myself and I estivesse quieta e, principalmente calada (colegas, companheiros de viagem… as minhas sinceras desculpas!).
Mas não consigo evitar.
Até posso aguentar inúmeros minutos sem satisfazer o meu vício fumegante, mas ficar calada? Ui, ui! Vai lá, vai! Isso é impossível.
Mas como o vício também já começava a falar mais alto, suplicámos uma paragem.
Mealhada – Leitão – vício – WC ...
Aproveitei também para comprar uma T-shirt que uns colegas vendiam. (negócio da China! Bem pensado!)
Os WC’s estavam apinhados, a abarrotar, o café nem se fala!
Lá voltamos para o autocarro porque a pressa de manifestarmos a nossa indignação era tamanha!..
Na A1 centenas de autocarros circulavam rumo a Lisboa. O nosso motorista, o Sr. Hugo (de quem já vos falarei) gostava da faixa da esquerda e era uma alegria ultrapassar os outros autocarros. Acenávamos, batíamos palmas, enfim, parecíamos um grupo de alunos numa visita de estudo: “Sr. Chofer, por favor, ponha o pé no acelerador…”
Eu espreitava pela janela, acenando aos colegas das outras camionetas e o mais impressionante é que em todas vi alguém conhecido: Isabel Saraiva, Ivone, Paula, e colegas de quem já não me lembra o nome, mas que trabalharam comigo.
O people do meu autocarro não se acreditava quando eu dizia: “Olha o autocarro de Lamego”; “Este vem de Viana!”; “Olha, aquele é de Gaia!” (Mas era mesmo verdade)
Não consegui “pregar olho”, apesar de estar cansadita.
As anedotas não paravam de surgir na minha mente e, lá está, não sei ficar quieta nem calada muito tempo. (Azar, temos pena!)
Ora, a certa altura, o vício voltou a fazer das suas e o estômago já estava a dar horas (e as badaladas atormentavam toda a malta).
Por isso, Carregado foi a nossa salvação!
Já estávamos perto da capital, com a voz afinada e a garganta atestada de potência vocal.
Finalmente!
Avisto o Saldanha, o que significava que iríamos “desembarcar” dentro de minutos!
Ao som da gaita-de-foles que o Júlio tocava descemos a Fontes Pereira de Melo.

O início da concentração (para nós, do Norte) ocorreu no Marquês, onde esperamos pelo nosso Sindicato que nos representava.
Tivemos tempo para afinar as vozes, para dançar ao som da gaita (LOL), para tirar fotos, etc.

Os helicópteros sobrevoavam-nos, filmando o que iria ser a maior manifestação de sempre!

Com o Júlio a meio, com a sua gaita, fizemos uma roda à sua volta.
Estávamos todos impacientes, à espera de avançar pela Avenida abaixo.
Até que …. (continua na próxima postagem…)

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