Desabafos...



Quem não precisa de desabafar de vez em quando? Mesmo que seja apenas por um minuto, escrever no teclado é um mecanismo de defesa que nos liberta...
Desabafar, comentar, às vezes "cuscar"...sim, vamos a isso!



sexta-feira, 8 de junho de 2007

Visita de Estudo

No passado dia 23 de Maio (4ª feira) acompanhei a minha Direcção de Turma na Visita de Estudo à Estação Litoral da Aguda (ELA) http://www.fundacao-ela.pt/





e ao Castelo de Stª. Maria da Feira http://www.tintazul.com.pt/castelos/avr/smf/feira.html





A viagem foi calma - tirando, evidentemente, os berros, as cantigas ao desafio, os enjoos...
Na Aguda, enquanto aguardávamos a nossa vez de entrar na ELA, explorámos a praia.
Caderno e caneta numa mão e máquina fotográfica na outra, entrevistámos dois pescadores.
Depois de procurar nas pilhas de folhas, de cadernos, de dossiês, enfim, nesta montanha de papelada infindável...reparei que não sei do tal caderno.
Contudo, coloco aqui as fotos dos pescadores que foram extremamente simpáticos connosco. Responderam com um brilhozinho nos olhos às perguntas que colocámos sobre a vida deles.


Manuel Joaquim Gonçalves (61 anos de idade)
É pescador há 37 anos e gosta da sua profissão.
Levanta-se todos os dias por volta das 4h30m da madrugada e lá vai para a pesca do camarão.
“Pesco camarão, mas só até ao fim de Maio. Depois é só faneca, senão apanho multa!”
O Sr. Manuel estava tão concentrado no seu trabalho de rede que respondia com frases curtas: “Naufraguei no Canadá e aqui na Aguda.”
Felizmente tudo correu bem. Tem saúde para “dar e vender” e quem lhe fala do mar deve reparar na alegria do seu olhar que sorri como as ondas do mar.


Joaquim Canhola
É pescador há 45 anos (não nos revelou a sua idade)
Pesca camarão, robalo e faneca.
“Já pesquei bacalhau na Gronelândia, Terra Nova. Era a pesca tradicional, um homem em cada barco e a anzol.”
Agora, depois da azáfama matinal, senta-se no seu banquinho e começa a compor as redes: “É outro trabalho diário. O fundo do mar estraga a rede, as pedras rebentam com tudo.”
Enfrentou o perigo por duas vezes: naufragou na Terra Nova (porque o navio incendiou-se e tiveram que ser socorridos por outro barco) e na Aguda há muitos anos: “Aqui, na Aguda, é muito perigoso porque o mar tem muita rebentação.”
De facto, após estas palavras, começámos a olhar para o mar, para as ondas a rebentar na areia e sentimos um calafrio.

Pescador… é sinónimo de trabalho, de coragem, de sabedoria, de tanta coisa ao mesmo tempo!

1 comentário:

agantai disse...

Parabens! Realmente poucas ou nenhumas dao valor ao Pescador... nem na hora de comer um Peixe! Trabalho arduo e pouco recompensado!

Mais uma vez, Parabéns!